Entrevista: Luís Tatá

Nome: Luís Furtado Coelho
Conhecido por: Luís Tatá
Data de nascimento: 28-03-1979 (32 anos)
Altura: 1,76m
Peso: 73 kg
Naturalidade: Portela
Preferência Clubística: Sporting Clube de Portugal


Luís Tatá, quiçá o elemento futebolístico mais carismático dos Meninos do Sr. Fernando. Não é por acaso que empresta o seu nome a uma das equipas. Simpaticamente, disponibilizou-se a uma entrevista aberta, sem tabús, revelando factos do seu passado, alguns mais polémicos:

Luís, posso dizer que comecei a dar os primeiros pontapés na bola contigo, embora nunca tenha chegado, nem de perto nem de longe, ao nível da tua técnica e do teu temível pé esquerdo. Este continua a ser um dos mais famosos da Portela e arredores. Concordas?
R: Não joguei muitas vezes nos arredores da Portela... é realmente uma vantagem ter um bom pé esquerdo, principalmente quando não jogo com muitos esquerdinos. Agora é preciso treinar o direito.

Pareces-me que és como o Vinho do Porto. Quanto mais velho... melhor. Estás com um nível de confiança, frescura física e agressividade ligeiramente acima do que apresentaste nas épocas anteriores. A que se deve esta explosão?
R: Não concordo com a metáfora do Vinho do Porto, pois acho que a minha melhor fase foi entre os 17 e os 27, depois a idade começou a sentir-se. Esta época sinto-me melhor pois, ao contrário das anteriores, estou a conseguir jogar 2 vezes por semana, o que faz toda a diferença, principalmente para um jogador com as minhas características que assentem em mudanças de velocidade e ritmo de jogo alto. Preciso de estar em forma para conseguir usar a minha técnica, senão não consigo fazer nada, como se viu nas épocas mais recentes. Além disso, tentei rever a minha atitude e posicionamento em campo, adaptando-o ao jogo da equipa e aos meus 32 anos. Se em épocas anteriores me agarrava muito à bola, impedindo a fluência do jogo, esta época não sou eu que o estou a fazer. Estou também a tentar preencher o espaço que sempre deixámos livre lá na frente, pelo menos nas reposições de bola quando tenho mais jogadores fortes e em forma lá atrás, pois várias vezes nos pontapés de baliza estavam 4 dos nossos jogadores de campo a receber a bola lá atrás e não tinhamos um pivot para esticar o jogo, pois na nossa equipa há jogadores que por vezes só vêm atrás para receber a bola do guarda-redes, mas para recuperar e defender, tá quieto.

Para além de seres o capitão, emprestas o teu nome a uma das equipas de quarta-feira. Como tens visto o desenvolvimento da tua equipa ao longo das épocas dos Meninos do Sr. Fernando?
R: A minha equipa teve pouca evolução. Ataca bem, defende pior - por estar lançada sempre no ataque - tem guarda-redes fracos e tacticamente não é forte, mas compensa algumas destas lacunas com o ritmo, a forma física e a vontade. Nas últimas épocas tivemos resultados piores simplesmente porque a equipa adversária tinha jogadores que fazem a diferença e nem sempre tivemos a forma que nos caracteriza (principalmente eu). No início desta época, sem esses adversários, vencemos com facilidade. Quando o Manel voltou, equilibrou.
Agora estamos nós a começar a ter uma equipa menos estável, o Dias e o Ricardo estão a faltar mais e o Tiago Silva encontra-se lesionado. Isto explica as nossas últimas derrotas.

Esta época, em 10 jogos às quartas, tens 6 vitórias contra 4. Este ano é que é?
R: Isso vê-se jogo a jogo. Com a vida que levamos, em ambas as equipas há sempre alterações ao longo da época e são quase sempre os jogadores chave que determinam as vitórias. Tudo vai depender da presença deles. Se o Mourato ainda aparecer e o Manel continuar, parece-me muito difícil terminarmos com mais vitórias. Se a equipa adversária continuar assim e a nossa voltar à estabilidade, será o cenário mais competitivo e equilibrado.

Aos domingos és uma aquisição recente. Como perspectivas os jogos de Domingo esta época?
R: Em princípio os jogos de Domingo, para mim, serão uma actividade de Inverno, pois compromissos contratuais com a minha "manager" devem impedir-me de ter tanta disponibilidade no Verão. Começaram como uma maneira de estar em forma física para as quartas-feiras, mas já há alguns jogos com qualidade e competitividade, caso do último jogo de Domingo. Espero que sejam cada vez mais assim.

Em todos os anos que já levas de bola na Portela, desde os tempos idos da AMP, quem foi o jogador que mais te marcou?
R: Os jogadores que mais me marcaram foi o Fred e o Tiago Silva, pois foram os que me deram as porradas que me rasgaram o menisco e levaram a ser operado ao joelho direito. Mais tarde o João Mimoso ajudou no esquerdo. Foram situações que me marcaram por ter ficado tanto tempo parado em ambas as vezes. Felizmente as "marcas" já não se notam.
O Fred marca ainda hoje pela positiva, pela dedicação que tem na organização dos jogos e do blog. Fica aqui o meu agradecimento, pois sei o investimento e sacrifício que são necessários.

E aquele que não te deixa saudade nenhuma?
R: O Alex, com quem jogávamos na AMP e com quem depois joguei no pavilhão da Gaspar Correia. Principalmente neste último reduto, demonstrou falta de desportivismo e honestidade. Quando perdia tornava-se agressivo e tomava outras atitudes nada frontais e justas, como começar uma nova época arranjando outra equipa adversária mais acessível para jogar sem ter avisado a nossa que já lá jogava há mais de 5 anos.

Luís, o que dizem os teus olhos em relação aos Meninos do Sr. Fernando?
R: Os meus olhos vêem algumas barrigas a crescer, mas vêem também, principalmente este ano e o último, os Meninos cada vez mais Homens e a saberem competir com desportivismo. Entenderam finalmente que vêm mais tranquilos para casa e no fim dos jogos quando não se exaltam demasiado, quer com os adversários, quer com os da própria equipa, até porque não são essas atitudes que levam às vitóras, antes pelo contrário. No fim de contas, o importante é mesmo prazer de jogar, a saúde e as amizades.

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